ZICA
Vida de pobre é rica em desgraça. Dia desses tava passando pela Lapa, vento zunindo, choro de mulher. Que é que há, perguntei. Comeram a Zica. Comeram a Zica à força, sem pedir licença. E mesmo que pedissem, quem deixaria? Zica era cachorra fino trato, pêlo escovado, não conhecia a rua. Acabou distribuída no velho churrasco de domingo, último sábado. Nem esperaram o dia seguinte. Mundo cão.
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Julia Lima
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(inspirado nos contos do escritor João Antônio)
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